Sinopse:
E se as palavras ficassem presas no fundo da sua boca sempre que você tentasse falar? E se elas nunca saíssem do jeito que você espera? O poeta Jordan Scott nos revela, de forma lírica, a história de um menino com dificuldades na fala e um pai capaz de reconectá-lo com o mundo ao seu redor, ajudando-o a encontrar sua voz. Um livro para quem se sente perdido, solitário ou incapaz de se adaptar.
O poeta canadense Jordan Scott estreia na literatura infantil com este livro ilustrado que transforma em arte a sua própria experiência de infância. Diagnosticado com disfemia – popularmente conhecida como gagueira – Jordan cresceu tendo que lidar com o medo da rejeição que costuma vir junto com qualquer desvio da normatividade.
A arte pode ser uma ferramenta poderosa para elaborar e ressignificar dores. Na história, um menino é confrontado com situações em que sua voz não sai, como quando não consegue falar diante de uma sala de aula cheia de gente. Amparado pelo pai, que lhe mostra um outro lado de sua própria condição, ele é levado a rever aquilo que seria uma falha aos olhos da sociedade, encontrando potência em sua diferença.
A narrativa resgata a vivência do próprio escritor, que, quando era criança, ouviu do pai um conselho que mudou sua vida. “Está vendo essa água que se move? É assim que você fala”. Assim, ele percebeu que até mesmo os rios gaguejam, e que nada pode ser perfeito ou estável o tempo todo. É na relação com o pai que o menino se fortalece, revelando a importância dos vínculos afetivos para a construção de uma identidade saudável, principalmente nos primeiros anos de vida.
As ilustrações do artista visual Sydney Smith dão leveza à narrativa, e, ao leitor, um arrebatador senso de beleza poética, imprimindo nas imagens a fluência que falta na fala do menino, ao mesmo tempo em que retrata o sentimento de ansiedade do personagem a partir dos desenhos borrados e difusos.
Autor(a): Jordan Scott
Ilustrações: Sydney Smith
Editora/Selo: Pequena Zahar